
É sabido que nem todos que psicografam passam por tais
estudos, já que a psicografia existe há muito tempo e nem toda informação que
chega passa pelo crivo da espiritualidade maior. Falo de quando os espíritos
inferiores tomam a caneta para escrever e, quando o medianeiro permite, a
escrita acontece, mas em geral com perda de energia do encarnado e sem as
proteções indicadas.
Os cursos das colônias dedicadas ao estudo mediúnico ocorrem
sistematicamente e preparam espíritos que procuram encarnados para a
psicografia e que são indicados para tal missão.
Na primeira etapa estudamos o funcionamento físico e
energético do processo mediúnico. Aprendemos como se ligar perispiritualmente e
mentalmente ao encarnado, de maneira salutar. As conexões não são imediatas. É
fundamental a afinidade, a sintonia e o desejo verdadeiro do encarnado na
tarefa de servir.
A ética e a conduta durante a psicografia é uma orientação
muito importante. Somos ensinados que devemos respeitar o encarnado, sua
intimidade e seu livre arbítrio.
Durante certo tempo frequentamos a residência do encarnado,
seu local de trabalho e conhecemos seus hábitos. Preferimos sempre os que já
são instruídos e buscam a reforma íntima, mas nem sempre isso é possível e
temos que auxiliar o encarnado também nesse aprendizado. Preferimos aqueles que
evitam os vícios materiais, como o álcool, tabaco e excessos alimentares, pois
os que são pessimistas e desestimulados ao trabalho, que tem os pensamentos
viciosos, são os mais difíceis e, em geral, não prosseguimos no trabalho acordado.
Não há psicografia da luz sem a prévia aceitação do
encarnado. É realizada conversa fraterna no plano espiritual para que haja o
acordo entre toda a equipe envolvida nos trabalhos que irão se suceder.
Os espíritos têm suas formas de sinalizar ao encarnado o
anúncio da psicografia. Utilizamos de projeção de imagens sobre a escrita, sensação
de formigamento no braço e mãos, sonhos, visões e, especialmente, o ímpeto
envolto em amor e o desejo de transmitir mensagens.
O futuro médium psicógrafo tem ampliação da sensibilidade,
do interesse na leitura e na escrita e em obras que foram psicografadas. O
momento mais esperado é quando o encarnado toma papel e lápis e se coloca à
disposição dos amigos espirituais de coração aberto e todo o respeito que a psicografia
exige.
É sempre mais indicado o trabalho em casa espírita, pois já
existem proteções para diminuir a influências negativas do plano em que vivem
os encarnados. Mesmo assim, é possível realizá-la em residências e outros
espaços em que existam bons hábitos e o pensamento seja elevado moralmente.
Para iniciantes, a recomendação geral é que seja no centro espírita e, para os
que somam anos de trabalho e tenham maior domínio da atividade, é permitida a
escrita em outros ambientes.
O horário é outra questão importante. Nem sempre os
espíritos estão disponíveis para psicografar, já que tem outros afazeres a
cumprir. Portanto, determinar dia e horário ajustados com os escreventes trará
a disciplina e a seriedade ao trabalho. Quando houver imprevistos e o médium
não puder comparecer, pedimos que seja feita prece de agradecimento e pedido
que as energias recolhidas para a psicografia sejam direcionadas a quem
necessite naquele momento.
Como há poucos médiuns disponíveis e preparados para a psicografia,
vários espíritos são conduzidos ao trabalho com apenas um encarnado. Em geral
há de cinco a dez espíritos para cada médium, que atuam em revezamento.
Um assume a coordenação e os demais são designados por ordem
sistemática do trabalho. É comum o envio de mensagens pelo mesmo espírito, que
se torna fixo, mas eventualmente são trocados para permitir que outros
também passem pela formação e tenham a
oportunidade de exercitar a mediunidade.
A maior dificuldade que enfrentamos é o desinteresse do
médium na fase inicial. O mundo é repleto de atividades mais interessantes e
muitos deixam o trabalho para reuniões de lazer e outros compromissos. Além
disso, poucos têm a paciência de esperar o seu próprio desenvolvimento mediúnico.
Querem versos poéticos nas primeiras páginas e raramente isso acontece.
A escrita inicia confusa, desconexa, com letras de difícil
entendimento. Boa parte somente faz rabiscos conduzidos pelos impulsos
energéticos emitidos na fase de adaptação.
Muitos médiuns sentem dores e isso acontece por negação ou
porque não se sabe ainda a “dosagem” de energia e de que maneira será a
transmissão: mecânica, semi-mecânica, intuitiva ou ditada pela clauriaudiência.
Após a etapa de adaptação, que pode levar de três meses a dois
anos, inicia-se o trabalho de fato. É quando o médium já decidiu se deseja ser
psicógrafo disciplinado e atuante ou apenas eventual. Quando isso ocorre o
encarnado é destinado a cursos no plano espiritual, o qual terá acesso às
bibliotecas das colônias: Casa do Escritor, Alvorada dos Mestres e Escola de
Médiuns. Lá há o acervo de tudo que já foi produzido pelo ser humano e do que,
ainda, não foi enviado ao plano físico. Mesmo textos que foram destruídos nas
fogueiras ou perdidos, há cópias nas bibliotecas espirituais.
O psicógrafo terreno, a depender de sua frequência vibratória,
tem acesso às obras na companhia de sua equipe de trabalho na psicografia.
Existe uma organização perfeita e facilmente são localizados
os textos para estudo e conhecimento. O acesso ocorre mediante interesse
pessoal, mas também conforme o tema que será grafado na Terra.
É possível obter cópia das obras sem perda dos originais.
Com frequência a espiritualidade busca mecanismos para que os temas cheguem ao
médium também na esfera física, em conversas, livros, filmes, dentre outros.
A formação do médium é permanente e, aos poucos, assuntos
que não acrescentam a sua evolução e aprendizado são retirados pouco a pouco
para que não perca o tempo precioso.
A formação inicial é de dois anos, mas o médium pode
ascender séries e galgar novos trabalhos junto a equipes espirituais.
Não basta a vontade, há também a necessidade do adiantamento
moral progressivo e a ampliação mediúnica, que tornará mais fiéis as
transmissões dos espíritos.
Há nos planos da espiritualidade o aumento da quantidade de
médiuns, pois as crianças que agora chegam a Terra já têm mais faculdades
especiais e tendem a ser mais espiritualizadas e com o pensamento voltado a
evolução e progresso da Humanidade.
Despeço-me hoje e agradeço por ter me aceito nesta pequena,
mas não menos especial tarefa, de servir com amor.
Werneck, 04/01/14.
(Mensagem psicografada pela médium Julia Jenska)
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