Hoje nasce minha primeira oportunidade de deixar minha
escrita no outro plano da vida.
São as oportunidades raras que recebemos nas escolas da
superioridade.
A colônia de que venho, Casa do Jovem Escritor, é a primeira
escala dos que ensaiam em versos e letras, a chance de servir ao próximo.
Mesmo que seja aprendizado, estou disposto a ofertar o que
tenho de melhor, com humildade e simplicidade, mas com a fé que o progresso
nesta tarefa depende do meu esforço e da minha paciência enquanto espírito em evolução.
A formação de novos médiuns é desgastante, pois muitos não
têm compromisso e não acreditam que a espiritualidade tenha um plano e
acompanha os encarnados que são preparados para o intercâmbio espiritual.
Os compromissos cotidianos, de trabalho, sociais e até o
lazer são os entraves para que nós, trabalhadores iniciantes, consigamos um
parceiro para atividade.
Alguns medianeiros desistem de pronto, quando se vêem
cobrados em assiduidade, disciplina e mudança de hábitos. Muitos consideram
grande esforço deixar o álcool, as festas noturnas e o estudo sistemático das
próprias faculdades medianímicas.
Outros se envolvem em misticismo e acabam por encenar situações
inconvenientes, usando a mediunidade para ganhar benefícios pessoais ou para
suprir sua carência junto a amigos e familiares.
Outra parcela permanece em estado de latência e são usados
eventualmente por entidades brincalhonas por passatempo e para terem seus
fluidos absorvidos.
A maior parte das escolas de médiuns nas casas espíritas são
burocráticas e hierarquizantes. Não deixam fluir a expressão dos recém-chegados,
de falarem o que sentem e o que tem passado em seu processo de educação
mediúnica.
É sabido que o estudo sistemático é fundamental, mas o jovem
médium se sente culpado por sê-lo, como se ser médium fosse fardo, fosse a sentença
final de um julgamento torturante.
O jovem médium precisa ser acolhido, aceito e respeitado.
Não deve se sentir usado, tanto por encarnados quanto por desencarnados.
O jovem médium precisa ser ouvido, precisa de um grupo que possa
trocar suas experiências, relatar suas visões, sonhos, vivências, sem ser
considerado louco ou visto com estranhamento e censura.
Experiências mediúnicas são únicas e mesmo que haja padrões,
são particulares e sentidas de maneira diferente por cada vivente.
O jovem médium precisa disciplina, mas não ser impedido de
trabalhar, de ter vida social, relacionamentos afetivos e momentos de lazer.
O médium não é santo, é cumpridor de tarefa de amor e
dedicação. Deve ser visto com carinho, mas sem reverência. Com compreensão, mas
sem caprichos e afetações.
O jovem médium precisa praticar suas faculdades, desde que
esteja em equilíbrio satisfatório e em espaço reservado e cercado pela boa
intenção dos que participam das reuniões.
A mediunidade para o jovem se mistura a sua fase de
descobertas, de mudanças decisivas em sua vida.
O jovem médium está em fase de testes e, para a
espiritualidade, é sempre um amigo promissor.
Deposita-se em cada chama mediúnica que se acende, a
esperança no trabalho bem feito, mas nem todos se assumem e se dedicam com
afinco.
Cerca de 5%, apenas, chegam a cumprir trabalho relevante. tarefa
é tarefa, não há diferença para nós se foram publicados livros ou recebidos
prêmios por obras escritas.
Nosso primeiro compromisso é com Jesus, é levar sentimentos
em forma de palavras. Depois, nosso compromisso é com a amizade, estabelecida
entre os espíritos e o irmão encarnado.
A cada médium será dada a sua missão, que será diferente,
mas de igual importância e valor.
Uma pintura, um conselho, uma poesia, ou uma grande
palestra, tudo tem igual importância e razão de existir.
Jesus era simples, assim como devemos ser. Não é necessário
pompa e soberba na atuação mediúnica. O valor está na singeleza e na
profundidade e não na forma do que se apresenta.
Cada espírito tem sua forma de exprimir seus conhecimentos,
mas a tarefa é somada às experiências do médium, havendo influência
significativa em muitas atividades.
O trabalho é sempre em equipe, pois não há psicografia sem encarnado,
desencarnado escrevente e guardiões, que cercam o espaço a fim de proteger o
ambiente de influências exteriores.
Muitas das atividades mediúnicas são invisíveis às trevas,
por meios que fogem ao entendimento da ciência humana, mas posso dizer que uma
espécie de redoma é colocada sobre os envolvidos e tornam o trabalho oculto
para os que desejam perturbar.
Para se manter a proteção para o trabalho é necessário
sintonia e frequência elevada. Quando a vaidade ou a dúvida envolvem o médium,
bem como a expressão de incapacidade e desvalorização da própria atividade,
rompe-se o padrão e se desfaz a sintonia e as ligações construídas com forte
esforço pelas mentes dos envolvidos.
A seriedade deve existir, mas a alegria de servir e a troca
fraterna deve ser a tônica de qualquer trabalho mediúnico.
Na próxima psicografia irei contar como despertamos os
jovens médiuns, que é um convite amigo ao trabalho na seara do bem, do Amor e
da Verdade.
Amigavelmente,
Werneck, 28/12/13.
(Mensagem psicografada pela médium Julia Jenska)
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