Vive-se um tempo em que a insatisfação faz parte da realidade humana.
Tal característica é peculiar e necessária à evolução e ao progresso individual e coletivo, mas, sentir-se sempre com a falta de algo que não se sabe é sintoma de adoecimento da alma.
As necessidades humanas aumentaram. Não basta ter uma moradia para abrigar-se e o alimento sempre à mesa. Busca-se o desnecessário e o supérfluo com a vontade dos que querem sobreviver e isso causa sofrimento e infelicidade.
Por outro lado, áreas fundamentais como desenvolvimento moral e espiritual são relegados e até mesmo menosprezados. Vivemos a era da imagem e da aparência, em que o externo tem maior valor do que a essência de cada um.
As prioridades são substituídas e tal ordem social trás consequências danosas, como a violência, a ignorância, a indiferença, a banalização generalizada da conduta desvirtuada e repousada na alienação assumida.
Faltam a lucidez e a sabedoria. A sociedade clama por reforma de valores, almeja renovar-se por completo, reinventando a si própria.
As estruturas sociais sagradas, como a família, a escola e as instituições religiosas estão imersas na escuridão e na dúvida. A cada dia é mais difícil manter a família estruturada, harmoniosa e que o respeito seja o que os une com o amor e o perdão.
As instituições educacionais estão desajustadas. Os jovens não querem aprender e os professores não querem mais ensinar. Não que tal cenário seja o único, mas tem se tornado cada vez mais comum e aceito pelos que estão envolvidos.
As diversas igrejas, aqui chamarei de igreja todo e qualquer grupo que professa sua doutrina. Estes segmentos se pautam nos benefícios materiais antes mesmo dos espirituais. São encontros sociais em que a maledicência e a vaidade ganham mais espaço do que o amor e a caridade, ensinados por Jesus.
Tais estruturas são as vigas mestras para uma sociedade equilibrada e vem sendo abaladas consideravelmente. A insatisfação humana, que se prolifera sem medida, é fruto também da falta desses pilares de sustentação individual e social.
A tristeza e a depressão, as fobias e outras patologias assumem o seu lugar em todos os lares, escolas e grupos religiosos. O ser humano não se sente pleno, pois busca o que não lhe completa. Busca nos objetos fúteis e nas convenções irreais, seu conforto e sua paz.
Outro ponto são as drogas. As substâncias que afetam o sistema nervoso geram a sensação de ausência, tirando as pessoas de seu equivo de equilíbrio, causando uma impressão falsa de bem estar, que logo após o conduz a inferno mental, de culpa e desesperança.
Chamo de droga também as aceitas socialmente, os remédios, os antidepressivos e outros vícios. A sobriedade nos coloca frente a nós mesmos, nos provoca a buscar as necessidades em nosso íntimo e o remédio na transformação do sentimento, pensamento e ações.
Enquanto os seres humanos buscarem o que lhes falta do lado de fora serão insatisfeitos. A plenitude se dá no processo de descoberta interior, no rompimento das mazelas antigas que insistem em residir em nosso espírito milenar.
Somos os artífices do nosso destino. Sofremos e colhemos o que semeamos ao longo de nossa jornada evolutiva. Temos ao nosso redor os que atraímos por afinidade e por ajuste.
Somos o reflexo de nossa própria conduta. Construímos nosso futuro a cada instante, que se desdobra em efeitos certeiros e previsíveis.
Desenvolver-se, buscar conhecimentos construtivos e desvendar a si mesmo - esta é a receita para o progresso.
A insatisfação tem o lado positivo, da busca de algo melhor para si, mas não deve ser o elemento da infelicidade. Trabalhem para a reforma íntima, auxiliem o próximo, zelem por suas famílias, valorizem a educação formal ou não.
Respeitem a todos, mesmo os que professam pensamentos divergentes. Todos tem algo a ensinar e somos eternos aprendizes frente ao Deus Universal.
Aceitem com alegria as provas, pois são elas as verdadeiras mestras frente ao nosso progresso moral. Sejam humildes e caridosos, amigos e disponíveis sempre na tarefa de servir.
Com abraço afetuoso, despeço-me.
Dr. Ruy, 29/09/12
(Mensagem psicografada pela médium Júlia Jenská)
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