2 de abril de 2010

O Santo da Gota de Sangue

Uma bela história que há tempos quero transmitir a Terra. Ela fala de um menino pobre que nada tinha em sua casa: somente o alimento mínimo, a veste mínima e a cama mínima. No entanto, tinha o amor familiar por todos que os circundavam.
A tia, poucas vezes, o lograva, procurando problemas naquela pequena criança. Ela o maltratava por diversas vezes às escondidas, para que ninguém o soubesse. Certa vez, por entre as folhagens do jardim de sua casa, a tia apareceu e espetou o menino com um espinho de uma rosa vermelha. Tanto sangue derramou por causa daquele espinho...
O menino não cessava o choro até que, por um instante, percebeu que sua tia, ao ver tal atitude, arrependeu-se profundamente pelo mal que o fizera. Aquela ferida nunca mais cessou e o sangue gotejava pelo chão, pelas flores, pelas ruas e por onde o menino passava. Não se sabia como aquela criança não havia morrido com tamanha hemorragia. Era um mistério para todo aquele vilarejo.
A tia foi acusada por toda a família de ter amaldiçoado o menino com aquela atitude, mas mesmo assim o menino a perdoara pelo que ela havia feito. Um dia, o menino pegou um pouco daquele sangue e levou até um pássaro morto no quintal de sua casa. Passou-lhe pelos ferimentos e o pássaro renasceu. Ele modificou-se por completo, havia curado as chagas e as plumagens e sobrevoou aquele lugar como se nada tivesse acontecido.
O menino se assustou e pensou que poderia curar mais animais com aquele sangue que lhe saia pelas veias. Assustado, nada contou aos pais, nem aos vizinhos, nem aos irmãos. Ele fez algo que ninguém esperava: chamou sua tia e pediu a ela que sacasse dele um pouco do sangue e passasse no coração dela mesma, para que pudesse se curar do mal que um dia houvera praticado contra ele.
Quando ela fez isso, a pedido do menino, havia se transformado em um novo ser, pleno de graça, de amizade e de concórdia por onde passava. Os moradores do vilarejo se surpreenderam com a mudança daquela senhora e os comentários começaram a criar rumores de coisas que não passavam de mentiras.
O menino, no entanto, começou a levar o sangue que curava para pessoas dos mais variados lugares e fez com que muitos saíssem dos seus leitos de morte e buscassem novamente a vida, a cura e o amor ao próximo. O menino, que havia perdoado a pobre tia, mesmo com a violência que sofrera, havia se curado por completo. Todas as vezes que ele curava alguém com uma gota do seu sangue, o menino se tornava mais puro e mais amor.
A ferida não era dolorida e por ali passou a gotejar somente quando necessitava o sangue para auxiliar alguém. O menino controlava o sangue curador que saia de si mesmo e pôde levar saúde, amor, fé e caridade por onde passava. Com o tempo, ele se tornara um santo entre os seus. Um santo menino, que fez da dor, o amor, que fez da enfermidade a cura e fez da violência, o perdão para com o semelhante.
O Santo da Gota de Sangue, como era chamado, representa não somente o perdão para com o próximo que nos perturba, que nos fere ou nos ofende, mas também o médium, que buscando se educar na prática da caridade para com o próximo, passa a utilizá-la nos momentos propícios, com sabedoria, controle e amor. Esta é uma lição de Antonio, que fez de sua vida, a busca pela flor, mas também pelo espinho, que no final da história, não é mal, não é ruim, mas sim é a prova da resignação, da coragem e da fé que nos move na encarnação.

Antonio, 04/06/2008
(mensagem psicografada pela médium Júlia Jenská)

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