9 de abril de 2010

Carta

Venho afetuosamente deixar esta mensagem de agradecimento.
Sou um espírito antigo desta casa e vejo o quanto progredi ao escutar as lições aqui explanadas.
Quando aqui cheguei era só angústia, medo e desespero. Não me conformava com a minha morte. Por eu ter deixado mulher e filhos. Por ter abandonado a firma que conduzia e tantos débitos em bancos. Hoje percebo que meu apego foi uma ilusão. Nem mesmo as pessoas, as quais eu estava ligado pelos laços familiares não me pertenciam. Deixei o corpo de carne em 1987 e quando me dei conta de minha situação, coloquei-me a chorar de desgosto e desolação. Procurava as pessoas, as igrejas que freqüentei e só senti o vazio da existência que havia construído. Por um momento lembrei-me de minha querida mãe e assim pude iniciar minha caminhada neste plano. Confesso que foi difícil para mim me desligar das coisas do mundo material. Era muito complicado observar meus objetos serem desfeitos, minha esposa sem um marido, minha casa posta a venda. Chorei pela vida que deixei e muito mais quando pude ter acesso aos compromissos que firmei antes da encarnação. Um deles, mais importante, era o perdão de meu pai, que refutei. Outro, era no campo da caridade financeira. Fui homem de posses, mas nunca distribui aos necessitados nem uma mísera parte do que ganhava, muitas vezes à custa dos trabalhadores braçais que contratava. Para mim aqueles homens eram apenas operários, que tinham a obrigação de me enriquecer. Nem mesmo cestas básicas distribuía aos meus empregados. Não me compadecia com as faltas, com as doenças e mortes dos familiares destes homens. Para mim não era importante. Pouco fiz por aquelas pessoas... mesmo assim, ergueram um busto em meu nome e alguns até oraram por minha alma, que imaginavam estar em um céu para os ricos. Homens bons...
Achavam que a oportunidade do emprego já era muito para eles, que eu cumpria muito da minha missão. Eu poderia ter feito mais, muito mais... mas neguei minhas responsabilidades, deixando para depois as ditas bondades e atitudes filantrópicas do ser humano. Também devia ter feito mais pela minha saúde. Não me cuidava mergulhado nos vícios da carne. Como descuidei... largava minha família em casa para regar meu corpo no álcool desregrado. Bendito foi o dia que me trouxeram a esta casa de Deus. Inicialmente não gostava de ouvir as palestras, mas aos poucos tomei conta dos meus erros e acertos e, especialmente, os que deixei por fazer, muito ainda quero crescer e muito desejo voltar a carne para reparar os desafetos e levar esperança e sustento as inúmeras famílias que releguei ao mínimo. Ainda falta tempo para o meu retorno. Cerca de 20 anos ainda terei de cursos e trabalho no plano dos espíritos. Deus é justo e nos ensina a cada dia. Serei eu desta vez, o pai. Poderei amar de fato aquele homem. Espero conseguir realizar os meus intentos. Valorizem vossas encarnações - o momento é único, não deixem para depois o que podem fazer hoje, pela família, pelos mais necessitados e por vós mesmos.

Sr. Pires (mensagem psicografada pela médium Júlia Jenská)

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